- Área: 1745 m²
- Ano: 2017
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Fotografias:Miguel Coelho
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto foi elaborado a partir de um conjunto de elementos simplificados, expressos ao nível do pavimento, privilegiando principalmente a relação visual e volumétrica com o mosteiro. O projeto resultou assim dos habituais padrões pedonais e de travessia entre os locais e ruas circundantes (mantendo os fluxos de passagem, mas também proporcionando oportunidades para parar). No centro, um espaço vazio (a praça pública) foi criada através de uma forma oval onde os diferentes alargamentos permitem diferentes apropriações e uso do espaço.
Adicionalmente, para evitar mobiliário urbano específico e sua consequente rigidez de utilização e localização, todo o perímetro foi criado a partir de um único elemento contínuo em betão. Deste modo, permite-se que as pessoas se possam sentar em qualquer lugar, voltados para a praça ou para as áreas verdes, sendo que a largura de 80 cm do banco também permite que as pessoas se possam deitar ou apoiarem-se nos braços.
O monumento aos soldados da Guerra Colonial Portuguesa foi integrado no desenho da praça, utilizando dois elementos: 1. No pavimento, a forma das fronteiras dos países envolvidos, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, foram desenhadas e cortadas; 2. Uma linha contínua de aço corten atravessa diagonalmente a praça com todos os números de soldados que foram recolhidos. Os números foram ordenados desde o início da guerra até ao seu fim, em 1974.
Esta abordagem libertou o espaço da praça. O monumento é visível, mas diluído da sua rigidez e presença autoritária. Não foram definidos quaisquer limites físicos ou hierarquia entre o espaço público e o monumento. Trata-se de um espaço que é ao mesmo tempo um lugar para brincar, um lugar para sentar, um lugar para atravessar e um lugar de memória.